Resposta do teste de pronúncia
Muito bem, pessoal. Vamos ver como se pronunciam as palavras do teste de ontem.
O primeiro grupo, encabeçado pela palavra “guerra”, cuja pronúncia é conhecida de todos, engloba as seguintes palavras: aguerrido, preguiça, guindaste, extinguir, distinguir, aqueduto, quindim. Esses termos não tinham trema, pois neles a letra “u” dos grupos gue, que, gui, qui não é pronunciada. Aqui não houve mudança, portanto.
O segundo grupo, encabeçado pelo verbo “aguentar”, cujo “u” é pronunciado e átono, inclui as palavras que perderam o trema. São elas: linguiça, arguição, pinguim, redarguir, delinquente, sequela, aquífero, delinquir. É claro que, mesmo sem o trema, vamos continuar pronunciando as palavras como se o sinal estivesse lá sobre a letra “u”. Dureza, não?
O terceiro grupo compreende as outras três palavras: antiguidade, líquido e liquidação. Note que a pronúncia delas varia: ora o “u” aparece pronunciado, ora não. Essas palavras admitiam a dupla grafia, com e sem trema, refletindo a oscilação de pronúncia.
É claro que o nosso teste arrolou uma ínfima parte das palavras que têm os grupos que, que, qui e gui. Note: muitas pessoas tendem a pronunciar os verbos “extinguir” e “distinguir” com o “u” pronunciado, mas esses verbos não tinham trema. O “u” dessas palavras é mudo mesmo.
Sobre as formas do verbo “arguir”, vale observar que, além do trema, perderam o acento agudo do “u” tônico. Agora não se trata de uma distinção como a que se dá entre “esquilo” /k/ e “equino” /ü/, ou seja, entre pronunciar e não pronunciar o “u”. A questão agora é emitir o “u” de maneira fraca (átona) ou forte (tônica). Vamos entender a questão.
No presente do indicativo, tínhamos eu arguo, tu argúis, ele argúi, nós argüimos, vós argüis, eles argúem; no pretérito perfeito, tínhamos eu argüi, tu argüiste, ele argüiu, nós argüimos, vós argüistes, eles argüiram.
É inegável que os sinais diacríticos nos dão conforto e segurança na hora de pronunciar essas palavras. A realidade, porém, é que todos (trema e acento agudo) foram suprimidos por obra do acordo de unificação ortográfica.
Como vemos, as palavras “argui” e “arguis” têm duas pronúncias. Caberá ao contexto deixar clara a pronúncia adequada. “Ele argui”, “u” tônico, é presente (ele pergunta, ele argui); “eu argui”, “u” átono, é passado (eu perguntei, eu argui). No caso da forma “arguis”, a distinção está na pessoa gramatical: “tu arguis”, “u” tônico, é presente (tu perguntas, tu arguis); “vós arguis”, “u” átono, é presente também (vós perguntais, vós arguis).
Posso estar errado, mas acho que, na ausência de sinais gráficos que orientem a variação de pronúncia de certas palavras, a tendência é que elas passem a ser pronunciadas de um mesmo modo. Se a forma escrita dessas palavras não varia, os falantes acabarão por simplificar também suas pronúncias.
Mais um enorme desserviço que esse desacordo nos prestou. Se ele não foi adotado integralmente pelos outros países, então quando é que vamos ver essa vergonha finalmente revogada no Brasil?
Pô! O verbo que eu gostaria de elucidar é adequar. O povo fala como o e valendo como é, portanto se a palavra fosse acentuada seria por ex. Eu me adéquo. Será que não seria como o verbo recuar ex. Eu recuo, com o som de e fechado?
Verbos “Extinguir” e “distinguir”. Caramba! Sempre os pronunciei erradamente. Vivendo e aprendendo. Valeu Thaís Nicolete, seu blog está muito bom.
Isso, Wesley, muita gente mesmo faz essa confusão. Observe na TV, nos noticiários, é muito comum! Continue acompanhando o blog! Abraços