“SUSPEITA” PEDE SUBJUNTIVO
“Suspeita”, “desconfiança”, “suposição”, “hipótese”. Esses termos expressam dúvida, portanto a oração que os completa requer o verbo no modo subjuntivo. Apesar disso, é relativamente comum encontrarmos textos em que esse princípio não é seguido. Veja a frase abaixo:
“A polícia suspeita que não se trata de uma quadrilha e que o homem age sozinho.”
As formas “se trata” e “age” estão no modo indicativo, apropriado para a expressão da certeza. Se se trata de uma suspeita, é importante que o verbo da oração complementar deixe isso claro. O correto, nesse caso, é o seguinte:
A polícia suspeita que não se trate de uma quadrilha e que o homem aja sozinho.
O verbo “suspeitar” admite o complemento com ou sem preposição, de modo que também estaria correto dizer que a polícia suspeita de que (…).
Veja alguns outros casos de frases que se constroem com o verbo no modo subjuntivo:
Havia expectativa de que a modelo voltasse à passarela.
Ninguém esperava que ele chegasse tão cedo.
Note que a negação requer o subjuntivo também:
Ele negou que tivesse feito aquilo (e não “negou que fez aquilo”).
O subjuntivo, além de exprimir a ação ainda não realizada, é o modo empregado em certas orações subordinadas desenvolvidas (com conjunções como “caso”, embora” etc.) e com os advérbios de dúvida. Assim:
A lei determina que as biografias sejam publicadas apenas mediante autorização do biografado.
Como não chovesse, decidiu passear pelo parque.
Embora chovesse, saiu sem guarda-chuva.
Caso não saia cedo, telefone-me.
Se fizermos tudo como foi combinado, os resultados serão positivos.
Talvez fosse aquela a melhor solução.