Quem precisa abolir o “h”?
Parece mentira, mas é verdade. Existe no Senado uma proposta de reforma ortográfica que mudaria radicalmente a grafia das palavras do português.
Entre as alterações desejadas por quem concebeu a ideia está a supressão do “h” inicial dos vocábulos. Na prática, a “hora H” viraria algo como “ora agá” e desapareceria a letra muda inicial de homem, humano, herói, humildade, habitação, horta, hierarquia etc. O verbo “haver” sem “h” (“aver”) produziria algumas conjugações curiosas: eu ei de vencer, ele á de entender isso, aja paciência!…
O argumento brandido é o da “simplificação” da ortografia. Considera-se ser mais simples escrever como se fala, suprimindo, portanto, o “h” mudo, que não teria função. Essa linha de raciocínio leva a outras sugestões, como a extinção da letra “u” dos dígrafos “qu” e “gu”, o que resultaria em grafias como “qilombo” (no lugar de “quilombo”) e “gerra” (no lugar de “guerra”). “Casa” com “z” (“caza”) e “cachorro” com “x” (“caxorro”) passariam a ser as grafias corretas.
É muito improvável que a população brasileira se entusiasme com uma proposta radical como essa. Basta lembrar a saraivada de críticas de que foi alvo o Acordo Ortográfico de 1990 (vigente desde 2009), responsável por pequenas alterações (acentos e hifens) em 0,5% do léxico.
Quem diz que uma ortografia marcadamente fonética teria o poder de multiplicar o número de leitores pressupõe que as pessoas leiam pouco ou não saibam ler porque a ortografia é “difícil”. Esse é um raciocínio algo contorcionista, pois, sendo a leitura um inegável canal de aprendizado da língua, o estímulo a essa prática é que pode tornar mais fácil o aprendizado não só da ortografia em si mas da língua como um todo.
Nada indica que os índices de analfabetismo ou de analfabetismo funcional se reduzam caso a ortografia se torne fonética. A informação etimológica que as palavras carregam, seja nas letras mudas, seja nas letras diferentes que representam um mesmo som, insere-as na história da língua e faculta ao professor o ensino integrado de aspectos morfossintáticos e semânticos.
O mínimo que se pode dizer dessa aventura reformista é que atribui à ortografia um papel muito maior do que aquele que ela realmente tem. O perigo é que um projeto desse teor sirva para mascarar as verdadeiras deficiências do ensino e as reais necessidades de investimento nessa área tão importante para o desenvolvimento do país.
Sou a favor da simplificação da escrita, já que ela representa o símbolo do que falamos. Conforme o tempo passa, a escrita fica “antiga”. O argumento do senador é patético… ele acha que vai diminuir o número de horas das aulas de português. Minha opinião é que vale a pena essa nova reforma, já que daria mais objetividade ao que lemos e escrevemos.Por que “exceção” em vez de “esesão”?
Fernando, primeiro porque ‘esesão’ se pronuncia ‘ezezão’. A escrita ajuda a compreender a pronúncia. Segundo porque “ex” significa tirado, fora, “exterior”. Ou seja, a escrita ajuda a compreender o significado. É o que diz o texto – “A informação etimológica que as palavras carregam”. Leia mais, ao invés de achar que devemos entender menos. Abraço.
Pior é existir uma comissão do Senado que recebe salário para pensar numa idiotice dessas. Torço apenas que não se chegue a fazer um referendo ou um plebiscito sobre o tema, pois a maioria do nosso povo, que é preguiçosa e ignorante (como esse rapaz que fez o comentário anterior), seria bem capaz de optar pelo mais fácil em vez do mais tradicional e correto.
Fernando, esse tipo de escrita acarretaria alguns problemas, como o artigo mostra. Qual seria o sentido de “aja paciência”? a paciência agindo ou haver/existir/conter paciência? É importante sabermos o som real de cada letra da palavra, mas isso é estudado no âmbito da fala. Na língua só ha diferenças, diria um famoso linguista chamado Saussure. Sobre o seu exemplo, pense: se escrevermos *esesão como saberíamos o som de cada “s”?
O mundo atual está se tornando cada dia mais medíocre em tudo. Essa proposta é mais um empurrão nesse sentido.
Ou:
U mundu atual istá si tornando kada dia mais mediocri. Eça proposta é mais um empurrão nesse sentido.
Bem apontado, Moacir; e se escrevêssemos foneticamente – porque é disso que se pretende aproximar com tal projeto -, isso significaria que cada um escreveria como fala, o que nem de longe conseguiria unificar a escrita. Eu mesmo falo “ixtá” em vez de “istá” para “está”. Esse povo e esses projetos, eita.
Por que “esesão” em vez de “exceção”? Por que não investir em educação para que todos os brasileiros possam falar e escrever corretamente, em vez de alterar o nosso idioma? Por que essa inversão? A qual objetividade o senhor se refere?
Povo burro, com certeza vai amar a idéia. (P.s.: Até que o Brasil está demorando para colapsar, não é?)
A que ponto estamos chegando em nosso país? Um bando de políticos analfabetos para ocupar seu tempo e justificar as fortunas que ganham, estão querendo mexer no que está de bom tamanho. Dizem que o diabo por não ter o que fazer, estragou o nariz do filho.
Era só o que faltava….só falta querer que eu mude a grafia do meu nome!
Axo qe esa mudansa já pode vir junto com a imcorporasão do internetês ao léqsico (ou seria léqisico?), asim poderíamos tornar ese comentário ainda mais obijetivo: “vcs td podia usar miguxes pra tc em qq lugar, neh? ;)”
Professora, sinto falta das suas aulas! Excelentes!
A língua portuguesa, na sua ortografia, é a mais complexa e difícil no mundo. Para um país pobre como o Brasil, impossível querer alfabetizar todos, ainda a nível mínimo de 1º mundo. Como essa língua, é como querer exigir o doutorado de todos os favelados do país. No país mais desenvolvido do mundo, os americanos ironicamente possuem a língua mais fácil do mundo, pois o inglês sequer possui acento algum, ou “ç” qualquer. E na educação, o que procuram por lá nas universidades, são técnicos e especialistas a nível de nobeis e nada de poetas ou escritores como os vestibulares e “enades” da vida exigem com tão alta pontuação que tem o português. Só aqui ocorre isso, fazendo um grande matemático, físico ou engenheiro perder mais tempo do que deveria no estudo da língua, como exigem nessas provas. Um grande retrocesso, nessa supervalorização, que deveria ser revista a língua toda, seu alfabeto, eliminando tudo isso por legislação, a tornando tão simples e atraente como é o inglês (ate acento lhe pusemos, ate isso). Vamos acabar com todos esses acentos, obstáculos e lombadas, que teremos crianças de 7 anos escrevendo bem por todo canto. Lembrete: se o inglês tivesse todos esses “enfeites” supérfluos do português, nunca, mas nunca mesmo teria sido a língua internacional do mundo (ou a mais falada do mundo, ate por toda a China). Que venha o Nobel ao Brasil sem essas dificuldades, concentrando-se o aluno com matérias mais importantes (e dizer que toda essa parafernálias de língua e “acessórios “veio do país mais pobre da Europa).
Esse bando de genocida, além de destruir o país, destruir as esperanças do povo que anceia por um futuro que nunca chega, agora querem destruir a nossa língua e perpetuarem a ignorância de um povo que cambaleia às margens do congresso nacional.
Hipócritas!!!… com H !!!
é o fim da picada, nao trabalham e quando tenta fazer algo, vem coisa que so ser para atrapalhar o povo.
Os senadores deviam criar projetos para melhorar a formação dos professores e da Educação do país. Porque tem professor, inclusive de Língua Portuguesa, que falam e escrevem “menas”, “estrupo”, minha “perca” etc., portanto, daqui a pouco terão que fazer uma nova reforma.
Por que não abolimos de uma vez por todas o ensino de português nas escolas? Gramática? Que coisa mais difícil e sem importância, não? “Nois pega os peiche”, “a gente vamu tudo gunto, cem esesão”, e por aí vai…Esse é o Brasil, o eterno país do futuro, caminhando cada vez mais rápido para um passado onde apenas uma pequena elite conseguia (de fato) ler e escrever.
Sobre o Z concordo que se volte a escrever BRAZIL. Muito mais nobre e belo. E com relação ao U após o Q acho bem oportuna e prática a medida.
Mais um idiota pago com meu dinheiro para vomitar asneiras no Congresso…
A ideia (sem acento) é sempre nivelar por baixo. Investir em educação ninguém quer. Já que ninguém sabe escrever direito, que se transforme o errado em certo.
Essa país (com minúscula mesmo) é patético.
Senador não tem o que fazer e vai propor mudança que em nada vai ajudar a vida dos brasileiros.
Leitor que não entende a língua querendo inovar sem fundamentar sua opinião.
Estimada Thaís,
a escrita fonética em um país continental, e no caso de uma língua falada em vários países, levaria a criação de diversos idiomas…. e a uma grande incomunicação entre nós, por exemplo, gaúchos e sergipanos! Sua matéria está excelente: sua coluna, assim, “vai sendo” muito útil…
sera que foi os asnos do pt indicado pelo semianalfabeto do lula.
Também não vejo com maus olhos a reforma proposta.
“Se Maomé não vai a escola a gramática vem a Maomé.”Os mais beneficiados com essa mudança seriam os próprios políticos que em grande parte são analfabetos funcionais.
Fernando R, porque s entre duas vogais tem som de z. Portanto esesão seria lido como ezezão, e não como ecessão.
Excelente esse projeto de lei! Tenho o Houaiss (dicionário) sempre comigo. Nas horas vagas, gosto de ler contos clássicos da língua portuguesa e também de aprender outros idiomas. Mesmo sendo um amador estudioso da linguística, não consigo compreender como a escrita é tão diversa da fala, ou porquê temos tantas regras gramaticais inúteis em nossa língua portuguesa. Todo esse excessivo conjunto de regras e exceções (observe a diferença na escrita de “excessivo” e “exceção”) parece somente: a) dificultar a compreensão da língua pátria pela maioria da população; b) contribuir para a manutenção do status quo (pois os que podem pagar por melhores cursos preparatórios para decorar as centenas de regras existentes, impreterivelmente irão melhor nos vestibulares); e c) incentiva a informalidade e o desgosto pelo estudo da matéria.
Então sejam bem-vindas as discussões para o aprimoramento e a simplificação de nossa língua portuguesa!
Pobre país! Cada vez mais regride e vai voltar a se exprimir por sons guturais. Povo indigno da “ultima flor do Lácio inculta e bela”
Concordo totalmente com a simplificação. A letra z, por exemplo, é pouco utilizada enquanto o som de s quase sempre necessita de dois s para reproduzir o seu som. Uma verdadeira loucura para uma criança aprender.
Quanto a etimologia, vamos voltar a voltar a escrever farmácia com ph?
Daqui a pouco vão querer incluir nos dicionários da língua portuguesa termos como “miguxo”, “naum”, “flw” e afins. Ao invés de tentar adaptar o léxico para a atual geração de analfabetos funcionais, digitadores de telas “touch screen”, por que não melhorar as condições dos professores, com melhores salários, promover o constante aperfeiçoamento e atualização dos mesmos e na melhoria da estrutura educacional?
O italiano já aboliu esse H inútil. Exemplos? Ipocrisia, Umberto.
Prevalece em determinados segmentos que dão apoio ao atual Governo a concepção ideologizada de que a Língua deve se nivelar com o povo, e não o povo com a Língua. É a forma de rejeitar “a zelites”, pela glamorização da ignorância. Tudo normal em um País em que a Presidente se declara Presidenta.
Em minha opinião é coisa de político que não temo que fazer.
Adriel Batista Correia de Melo
Sou contra a nova reforma, que parece atender mais a interesses de projeção política de quem propôs o projeto, assim também precipitar a explosão vulcânica da venda de gramáticas e dicionários. Por outro lado, essa “reforma da reforma” não contribuiria para reduzir o analfabetismo. Também viria para mascarar deficiências graves e crônicas da educação. Esse projeto equivale a outro de mudar-se as cores de nossa bandeira, ou trocar a cor branca de suas estrelas por cor vermelha. Arre!
Quanta bobagem anunciada pelas excelências do senado federal. Desenvolver na linguagem basta adquirir o hábito (ou será ábito?) de leitura. Não complique, senhores senadores. Existem outras preocupações mais urgentes em nosso país.
Na boa, se esse absurdo for aprovado eu vou embora pra Portugal.
Isso é no mínimo ridículo para não dizer outra coisa. Eu não estudei e me esforcei pra no final vir alguém e cagar a língua portuguesa.
Não sei se a Educação no Brasil está tão precária que requer medidas esdrúxulas ou simplesmente estas ações revelam a sede dos governantes de manterem a magia dos números falaciosos que escondem os problemas nas estatísticas oficiais sobre a educação, como por exemplo, o analfabetismo funcional. Assim, na falta de medidas efetivas para melhorar a qualidade do ensino, optam por discutir a simplificação da Língua Portuguesa.
Seria a dificuldade de escrever corretamente um termômetro da baixa qualidade do ensino no Brasil, muito mais contundente que os resultados de avaliações externas, como o IDEB, e por isso, a ânsia de esconder / eliminar o problema ?
Se a dificuldade imposta pela Língua Portuguesa é a desculpa para dificuldade dos estudantes em dominar satisfatoriamente o idioma, e a razão não repousa na falta de investimentos, na necessidade de formação adequada para os profissionais da educação, de recursos materiais diversos, o que dizer então da possibilidade destes jovens que hoje se alfabetizam aprenderem um novo idioma ? Impossível ? Afinal, os outros idiomas também tem suas dificuldades…
Diante de tais argumentos, fico preocupado com os pobres Canadenses ou com outros povos que convivem em seus países com dois ou mais idiomas…
Atualmente, preocupa-se mais em simplificar, em facilitar o acesso, contenta-se com o desempenho aquém, nivela-se tudo de modo que o médio é o topo. Políticas que são e que geram essa mesma influência nos aspectos culturais e nos valores sociais, os quais atualmente reforçam a pouca responsabilidade individual pelo fracasso e induzem ao baixo senso meritocrático nos jovens. Afinal, a Lei do menor esforço impera. E no final, o que importam são os números e os discursos alienantes.
Dentro dessa lógica lamentável e conformista, que insinua a falta de capacidade dos alunos em aprender (ao invés de considerar a falta de condições de aprender), não seria de se estranhar se futuramente, apontassem como solução para a educação, a escrita iconográfica, típica das pinturas rupestres. Afinal, o nível de primitivismo de certos governantes se equivale ao absurdo das propostas que expressam e soluções efetivas seria ilusão esperar.
Em outras palavras, na dificuldade em ensinar o correto, transforma o errado em certo !
Lamentável é a justificativa para a mudança: Pimentel aponta que essas mudanças acarretariam em economia com a educação no país: “Em vez das atuais 400 horas/aula de ortografia ministradas desde o início do fundamental até o fim do ensino médio, sejam utilizadas apenas (ou em torno de) 150”, diz.
Diante dessa necessidade de economia, fica evidente o contra-senso das políticas públicas no Brasil. Se não há recursos suficientes para garantir o ensino da atual Língua Portuguesa, por que se inunda a escola e os alunos com tantas outras atribuições ? Apenas a título de exemplificação: Ensino obrigatório a partir dos 4 anos de idade (Lei 12796 de 2013), sem, ao que tudo indica, ter conquistado as condições de atender com qualidade a obrigatoriedade do ensino fundamental (inicia aos 6 anos). Outro exemplo, é o discurso que evidencia a necessidade do Ensino em tempo integral. Ora, que Ensino em tempo integral de qualidade é possível implantar quando ao mesmo tempo discutem projetos para simplificar a Língua de uma Nação pela incapacidade de ensiná-la corretamente e sob a justificativa de reduzir custos ?
Parece piada, mas é o Brasil. São os valores e o bom senso que se perda diante dos discursos, das falacias, das demagogias e da alienação do povo. Alienação bem maior do que aquela proporcionada pelo trabalho que e que muitos grupos criticamente debatem e rejeitam…mas que com o conformismo, com a camuflagem dos problemas e com a falácia dos discursos contribuem para manter.
Mas como diria a esquerda: as dificuldades da Língua Portuguesa são instrumentos de exploração e repreensão. Servem para subjugar os menos favorecidos…assim como a tabuada do 7, do 8…que logo podem ser extintas para evitar a manutenção do status quo e preconceito matemático !
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O alfabeto chinês moderno tem 1200 letras. As crianças aprendem desde cedo este alfabeto, pensando no futuro delas é ensinado ao mesmo tempo “pin yin”, que é a conversão do caracter chinês para as letras que se usam no mundo todo, e também é ensinado inglês. Os jovens chineses estão entre os mais inteligentes do mundo, pois são ensinados a pensar.
Este argumento de “facilitar” é coisa de quem quer ganhar no mole para que o povo pague por sua incompetência e irresponsabilidade.
Coisa de gente preguiçosa, que não gosta de ler um livro e não tem mais o que fazer… Como se o Brasil não tivesse outros assuntos para resolver muito mais urgentes e inadiáveis…
As línguas nacionais modernas são padronizadas, isto é, apesar de haver grandes variações na forma como a língua é usada por diferentes grupos sociais e em diferentes regiões, existe, entretanto, um conjunto bem definido de regras gramaticais e convenções (p.ex. ortografia e pontuação) que devem ser seguidas especialmente na produção de textos para uso acadêmico, jornalístico ou literário e no uso da língua na comunicação social, administração pública, tribunais de justiça e órgãos legislativos.
A língua padrão, no Brasil comumente chamada “norma culta”, não deve ser estática, mas é desejável que ela seja razoavelmente estável ao longo de intervalos de tempo relativamente grandes. Essa estabilidade justifica-se não só pelo alto custo imposto a escolas, governos, jornais ou editoras para que se adaptem a mudanças na norma, mas também para facilitar às gerações futuras o acesso ao corpo escrito histórico da língua.
Por outro lado, no caso específico de certas línguas que, em função do colonialismo europeu, adquiriram abrangência internacional ( p.ex. o inglês, o espanhol, o francês e o português), existe ainda a dificuldade adicional de que qualquer mudança na norma padrão tem que levar em consideração as circunstâncias dos diferentes países onde a língua tem status oficial ou semioficial como língua de cultura/ensino e de governo, de forma a preservar a unidade linguística entre eles.
Em relação ao português brasileiro em particular, tivemos 3 reformas ortográficas significativas nos últimos 70 anos, sendo que a mais recente entrou em vigor há menos de 5 anos e ainda está em fase de implantação. Parece-me que, tendo em vista a volatilidade já considerável da nossa ortografia, incluindo mudanças muito recentes ainda não totalmente assimiladas pela população, a proposta de uma nova reforma ortográfica ainda mais radical, por todos os argumentos expostos anteriormente, seria indesejável e, de qualquer forma, não poderia ser levada adiante sem um acordo prévio com Portugal e os países africanos de língua oficial portuguesa.
A simplificação – sem acordo com outros países de língua portuguesa é possível. Depois de alfabetizados – a autora do texto é testemunhas – somos capazes de ler ‘pharmacia’ que é farmácia, ‘paes’ como plural de pai e assim sucessivamente . Claro, tudo isso com mais investimentos na formação dos professores da educação básica, escola em tempo integral; a simplificação serveria para introduzir a criaça ao mundo das linguagens e o resto e aperfeiçoamento: português, inglês etc…
Numa boa, na moral: será que o nosso distintíssimo Senado não tem mais nada de importante, de vital para debater e fazer??? Pelamordedeus!!!
Já achei uma tremenda idiotice e sem porquê o tal Acordo Ortográfico de 1990 (em vigor desde 2009 e que, particularmente, nunca respeitei e me lixo) e agora me vem com mais essa?!
Sem papas na língua, é muita idiotice e fraqueza de espírito. Nenhuma outra nação se preocupa com essa questão. Além disso devemos reconhecer que o português nem é das piores línguas do mundo no que diz respeito às diferenças entre ortografia e pronúncia. Mesmo as letras com grandes diferenças de pronúncia apresentam regras de aplicação razoavelmente claras, o que não ocorre no inglês, em que a pronúncia de certas letras varia conforme o significado da palavra (“live” verbo e “live” substantivo, por exemplo).
Essa proposta me lembrou um texto atribuído a Mark Twain (mas que possivelmente foi escrito por outra pessoa) sobre a simplificação do inglês, que coloco em seu original a seguir:
“For example, in Year 1 that useless letter “c” would be dropped to be replased either by “k” or “s”, and likewise “x” would no longer be part of the alphabet.
The only kase in which “c” would be retained would be the “ch” formation, which will be dealt with later.
Year 2 might reform “w” spelling, so that “which” and “one” would take the same konsonant, wile Year 3 might well abolish “y” replasing it with “i” and iear 4 might fiks the “g/j” anomali wonse and for all.
Jenerally, then, the improvement would kontinue iear bai iear with iear 5 doing awai with useless double konsonants, and iears 6-12 or so modifaiing vowlz and the rimeining voist and unvoist konsonants.
Bai iear 15 or sou, it wud fainali bi posibl tu meik ius ov thi ridandant letez “c”, “y” and “x” — bai now jast a memori in the maindz ov ould doderez — tu riplais “ch”, “sh”, and “th” rispektivli.
Fainali, xen, aafte sam 20 iers ov orxogrefkl riform, wi wud hev a lojikl, kohirnt speling in ius xrewawt xe Ingliy-spiking werld.”
Mais uma das mazelas brasileiras, isso só prova o quanto nosso Governo, ou no caso o Senado esta despreparado para gerir um país como esse, dentre tantos problemas educacionais enfrentados por nossos distintos professores eles decidem priorizar o que é conveniente para eles, seria um custo alto essa reforma ortográfica, mas perto do trabalho intenso que seria trazer professores qualificados para as escolas, a infraestrutura das mesmas, o empenho em fazer campanhas a favor da leitura, sim, simplificar parece ser no contexto literalmente simples. Mas o que isso traria em prol dos brasileiros, além da vergonha de modificar nossa língua por conta de preguiçosos que não sabem escreve-la?
Isso é apenas mais uma forma de comodismo do Senado, para não resolver os problemas educacionais do país. E em um a país como esse, onde as pessoas se abstém de suas responsabilidades votando em pessoas como Tiririca e Batoré, que dão mais importância para o futebol que para politica, que preferem simplificar do que aprender pelo correto.
Thaís, se essas mudanças são improváveis para os brasileiros, são impossíveis para os portugueses. Haja vista os 20 anos que levaram para começar a pôr em prática mudanças em 1,5 % das palavras. Jogaram para 2016 a utilização plena do Acordo e ninguém lá garante que isso ocorrerá.