Esdrúxulo
Não por acaso, foi intitulada “Esdrúxulo” a exposição que homenageia Augusto dos Anjos por ocasião do centenário de sua morte.
O termo designa aquilo ou aquele que é excêntrico, extravagante, fora dos padrões e, ao mesmo tempo, o verso terminado em palavra proparoxítona. Augusto dos Anjos é o que se pode chamar de um poeta singular.
Sua poesia é conhecida pelo emprego inusitado de termos científicos, talvez os únicos capazes de exprimir não tanto um universo sombrio, mas a consciência da morte como finitude da matéria.
É preciso lembrar que o bardo paraibano viveu seus parcos 30 anos entre o final do século 19 e o início do século 20, período cujo pano de fundo eram teorias como o positivismo, o determinismo e o evolucionismo.
Quem ainda não passou pelas Casa das Rosas poderá fazê-lo até o próximo domingo, 1º de março.
Se você pretende tirar uma foto para registrar a sua presença lá, saiba que o cenário imita lápides de um cemitério, nas quais se inscrevem alguns dos poemas.
“A mão que me afaga é a mão que me apedreja”…Augusto dos Anjos
O poeta é fora dos padrões sim, esdrúxulo não.