Museu da Língua consegue difundir idioma cheio de sutilezas
Desde 2006, a cidade de São Paulo tem um Museu da Língua Portuguesa, uma iniciativa que pôs os holofotes da vida cultural da cidade sobre a nossa língua. Trata-se de um museu diferente dos demais, até porque seu objetivo é difundir um patrimônio imaterial, que não pode estar contido numa sala.
Há quem se pergunte se é possível “aprisionar” a língua num museu. O fato é que um museu é uma instituição que visa a conservar valores culturais, o que não significa que abrigue um universo estático, retirado do dinamismo da história. Muito pelo contrário. No caso do Museu da Língua Portuguesa, o que temos é um estímulo ao estudo e à difusão de uma língua que hoje é falada por muitos milhões de pessoas, em diversos continentes, uma língua que já foi ao Prêmio Nobel graças ao português José Saramago, que é disseminada no cinema, na televisão e na já universal canção popular brasileira.
A quantidade de novos poetas e escritores que surgem todos os anos em língua portuguesa é prova dessa vitalidade de um idioma cheio de sutilezas, capaz de expressar o nosso modo particular de ver o mundo. Toda a vida cultural que se organiza em torno do idioma tem espaço num museu que não aprisiona, mas difunde a nossa língua.
Quem visitou o espaço conhece os seus painéis eletrônicos, o acervo informatizado e, sobretudo, a divertida sala de formação das palavras. É muito estimulante ver crianças e jovens encantados com a língua portuguesa, ali ensinada de modo lúdico, graças ao uso inteligente e criativo da tecnologia. Esperamos que a iniciativa se salve das chamas, enfim, que sejam tomadas as providências para a pronta recuperação dos danos materiais e imateriais.
É impressionante como a senhora Thaís Nicoleti de Camargo escreve bem. Concordo plenamente com tudo que está escrito e também estou na torcida para que a recuperação seja rápida para, quem sabe, um dia poder visitá-lo.