“Fora Temer” ou “Fora, Temer”?
Em tempos de impeachment ou de golpe branco, a depender do ponto de vista adotado, temos convivido com a interinidade de um presidente que, ao que tudo indica, está bem longe de responder aos anseios da população. Quem diz isso são as ruas, que, ora menos ruidosas, ainda tentam empunhar cartazes com a mensagem que melhor sintetiza sua decepção com o rumo dos acontecimentos: “Fora, Temer”.
Durante a Olimpíada, mesmo proibidos, os cartazes apareceram. Essa proibição, aliás, foi condenada pela Folha em editorial intitulado “Fora, censura”.
Como muita gente está deixando de usar a necessária vírgula que isola o vocativo, o tema chegou ao Português em Foco:
http://mais.uol.com.br/view/15967823O vocativo, na gramática, é aquele elemento que indica a quem nos dirigimos no momento da fala. Sua regra de pontuação é das mais fáceis de memorizar, pois ele está sempre separado do restante do período, qualquer que seja a sua posição (no início, no fim ou no meio). Veja exemplos:
Faça o melhor que puder, querido!
Querido, faça o melhor que puder!
Venham, crianças, que é tarde!
O nome “vocativo” vem do latim, língua em que nomeava um caso (caso vocativo). Quando fazemos uma saudação a alguém, também usamos o vocativo: “Bom dia, João”, “Oi, Maria”, “Tchau, querida” etc.
É possível que um ponto de exclamação separe o vocativo do período. Veja um trecho do poema “Navio Negreiro”, de Castro Alves, magistralmente musicado por Caetano Veloso.
Senhor Deus dos desgraçados! / Dizei-me vós, Senhor Deus!/ Se é loucura… se é verdade/ Tanto horror perante os céus…
Ó mar, por que não apagas/ Co’a esponja de tuas vagas/ De teu manto este borrão?…
Astros! noite! tempestades!/ Rolai das imensidades!/ Varrei os mares, tufão!…
(…)
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo… / Andrada! Arranca este pendão dos ares!/ Colombo! Fecha a porta de teus mares!
Também vale observar que o vocativo pode ser antecedido de uma interjeição que lhe é própria – é até chamada de “ó” do vocativo. É exatamente o que aparece no trecho “Ó mar, por que não apagas…”. Nesse caso, não há vírgula. Veja outro caso semelhante, este no poema “Mar Português”, de Fernando Pessoa:
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Esse “ó” é mais comum no português falado em Portugal; no Brasil, acabou sendo substituído por um “ô”, sobretudo no registro informal: “Ô meu chapa, eu estou com pressa!”.
Seria injusto, porém, dizer que, no Brasil, não se usa o “ó” do vocativo. Há uma bela canção de Gilberto Gil, intitulada “Meu amigo, meu herói”, que foi gravada por Zizi Possi, em que esse uso aparece. Aliás, nessa canção há um curioso jogo entre o “ó!” do vocativo e a interjeição “oh”, de sentido amplo (surpresa, desejo, dor, tristeza etc.). Ouça:
Ó meu amigo, meu herói
Oh, como dói saber que a ti também corrói
A dor da solidão
Ó meu amado, minha luz
Descansa tua mão cansada sobre a minha
Sobre a minha mão
A força do universo não te deixará
O lume das estrelas te alumiará
Na casa do meu coração pequeno
No quarto do meu coração menino
No canto do meu coração espero
Agasalhar-te a ilusão
Ó meu amigo, meu herói
Oh, como dói
Oh, como dói
Na canção de Chico Buarque que ilustra o vídeo, “Acorda, amor”, “amor” é forma carinhosa de chamar a esposa – aliás forma muito usada pelos casais de namorados e enamorados, que serve para qualquer gênero. Alguns casais inventam formas próprias de se chamar um ao outro. Não importa o que seja, sempre será um vocativo.
“Acorda, amor”, de Chico Buarque, merece que se recorde a sua letra inteira. Com muita maestria, o compositor cria metáforas para driblar a ação dos censores da ditadura. Veja o uso que ele faz da palavra “dura” (no lugar de “ditadura”) e divirta-se com o irônico estribilho (“Chame o ladrão, chame o ladrão!”). Quando a polícia é o invasor, melhor mesmo chamar o ladrão! Veja os vocativos grifados no texto.
Acorda, amor,/ Eu tive um pesadelo agora/ Sonhei que tinha gente lá fora
Batendo no portão, que aflição/ Era a dura, numa muito escura viatura/
Minha nossa, santa criatura,/ Chame, chame, chame lá
Chame, chame o ladrão, chame o ladrão
Acorda, amor,/ Não é mais pesadelo nada
Tem gente já no vão de escada/ Fazendo confusão, que aflição/
São os homens/ E eu aqui parado de pijama
Eu não gosto de passar vexame/ Chame, chame, chame
Chame o ladrão, chame o ladrão
Se eu demorar uns meses,/ Convém, às vezes, você sofrer, /Mas, depois de um ano, eu não vindo
Ponha a roupa de domingo/ E pode me esquecer
Acorda, amor, Que o bicho é brabo e não sossega/ Se você corre, o bicho pega
Se fica, não sei não/ Atenção!
Não demora/ Dia desses, chega a sua hora/ Não discuta à toa, não reclame
Clame, chame lá, clame, chame/ Chame o ladrão, chame o ladrão, chame o ladrão
(Não esqueça a escova, o sabonete e o violão)
O teste rápido de pontuação entrará no próximo post.
Dúvidas:
1) O “Tchau, querida” foi ato falho ou foi citado propositalmente?
2) Músicas ou poemas, apesar de terem sido muito bem usados aqui, não podem ser citados em 100% dos casos como bom uso da língua, vc não acha? Veja o caso dos funks e seus milhares de erros gramaticais.
João, esse “tchau, querida” ficou muito conhecido e não poderia ter sido desprezado. Fora, Cunha; Fora, Dilma; Fora, Temer; Tchau, querida — todos são exemplos de vocativo. As canções, a meu ver, são um bom exemplo de como a língua se manifesta, independentemente de julgarmos um uso bom ou ruim. Representam, portanto, um registro histórico muito relevante (inclusive esses funks a que você se refere). Essa questão merece uma reflexão mais aprofundada, que oportunamente farei. Digo, porém, que a MPB tem verdadeiras joias, verdadeiros poemas em forma de canção, em que as possibilidades da língua são trabalhadas com maestria. Grande abraço 🙂
Adorando as dicas. Um jeito legal de relembrar as regras e escrever melhor. Valeu!
Oi, Márcia. Continue acompanhando o blog! Abraços 🙂
Seria interessante notar que, no exemplo dado, “Fora Temer” (sem vírgula) teria um significado bem diferente. Temer se torna objeto do verbo ser no pretérito-mais-que-perfeito.
Essa é boa, Luca. Tem razão. Fora Temer quem fizera alguma coisa. Boa! 🙂
Por exemplo: Fora Temer quem havia traído sua companheira de chapa, incomodado com seu papel decorativo no governo? É assim?
Aí aparece uma vírgula depois de Temer, certo? Fora Temer, quem…?
Por que essa vírgula??? Se a ideia é do pretérito-mais-que-perfeito e o resto da frase ficar igual, não vejo o porquê de inserir a vírgula ali. Na verdade inseri-la seria um erro. A não ser que a ordem estivesse trocada, assim: Fora Temer quem, incomodado com seu papel decorativo no governo, havia traído sua companheira de chapa.
Mas na ordem original NÃO deve haver vírgula: Fora Temer quem havia traído sua companheira de chapa, incomodado com seu papel decorativo no governo.
Sim, “fora Temer quem, incomodado com seu papel decorativo, traíra sua companheira” (com o “fora” na condição de verbo no pretérito mais-que-perfeito), sem dúvida. Outra frase seria “Fora Temer, quem mais conspirou?”, aqui “fora” equivale a “exceto”. É isso, certo? 🙂
Não compreendi a proposta do Luca…:/
O problema desta análise é que está errada. O uso da língua precede as definições gramaticais. Se faço uma pausa entre “fora” e “Temer”, tenho um vocativo. Se não, não! O “Fora Temer” torna-se então uma expressão. Como “Ai meu Deus”, por exemplo, na qual ninguém poria vírgula, pois não se invoca de fato Deus…
É um problema de nossa natureza político-ideológica este gramatiquês, e não é à toa que a Folha, como de resto todos os grandes jornais, é tão mal escrita. Põe-se a norma à frente do uso, como uma apropriação indevida do que é público — a língua.
Muito bem, Mauricio. Quer dizer então que “Temer” não é vocativo nas faixas “Fora, Temer” e que a Folha é mal escrita porque põe a norma antes do uso? É isso? Pão ou pães é uma questão de opiniães. Abraços 🙂
“Ai, meu Deus!” leva vírgula sim… TODO vocativo deve ser separado por vírgula, senão ocorre confusão devido à potencial ambiguidade no texto que isso gera. Por exemplo: “Maria Almeida chegou”; “Maria, Almeida chegou”. No primeiro caso, estamos dizendo que a Maria Almeida chegou; no segundo, estamos falando para Maria que Almeida chegou. Não colocar a vírgula pode corromper totalmente o sentido do texto, devemos pôr sempre.
Muito bom seus esclarecimentos, considerando-se que falamos um português cheio de regionalizações e novas “criações” dentro da língua! Cada grupo social com seus pseudo códigos, demonstrando suas especificidades individuais!
Mais uma ótima aula, Thaís. Obrigado. Tenha uma boa semana.
Muito obrigada, Carlos. Continue acompanhando o blog. Abraços 🙂
Parabéns, Thaís Nicoleti, pelo oportuno esclarecimento!
O certo é “Fora, Dilma!”
Também, mas essa já foi, não? Abraços 🙂
Tchau, Querida!
Eis um exemplo de vocativo, corretamente pontuado. Parabéns, querido! 🙂
Thaís Nicoleti, Parabéns pelo discurso sobre o idioma. Mas não apreciei o discurso político que se exalta de seu texto. Todos os que pregam o “Fora, Temer” são aqueles comprometidos com os saqueadores, os parasitas, predadores e devastadores de nossa economia. Não foi o Temer que gerou doze milhões de desempregados, fechou dois milhões de empresas, deixou milhões de pessoas no desespero, inclusive destdruindo famílias, casamentos, etc. A verdade é que tudo isto é herança de Lula e Dilma.
Assis, não se trata de exaltação de discurso político. Não é minha intenção. Não posso, entretanto, concordar com a ideia de que quem se manifesta contrariamente a esse governo seja comprometido com saqueadores ou parasitas. Lembre-se de que esse presidente foi o vice de Dilma nos dois mandatos, portanto não me parece responder ao anseio de renovação da sociedade. Acho muito simplista o raciocínio de que qualquer coisa seria melhor do que o que havia antes. No mínimo, temos de continuar provocando a reflexão. Caso contrário, a triste história pode voltar a ocorrer. Não descansemos. Grande abraço 🙂
Parabéns pelas dicas do bom uso da língua e pelo descortino de raciocínio. Faz falta alguma serenidade.
Sinto muito Thaís. Mas concordo plenamente com o Assis. Quando condutor não sabe para onde levar a maquina é de fundamental importância a manutenção do mesmo. A troca de comando foi necessária para que voltasse a confiança do empresariado, que por usa vez gera emprego, correto? Foram 13 anos de furto e de uso incontrolável do dinheiro público. É visível que a FOLHA abre espaço para colunistas de todas as vertentes. Fica claro sua posição politica na abertura do seu texto. Já torci o nariz e li o mesmo com muita desconfiança. É isso… Estou contigo Assis…Abraço Thaís
Vamos torcer pela geração de emprego, então! Vamos ver onde está a confiança do empresariado e coisa e tal. Sinto desânimo, mas não perderei a esperança.
Cara Thais,
Abaixo a violência não terá vírgula, mas ao dizer:
logo abaixo(como advérbio), a violência, devo colocar a vírgula?
obrigado.
André, não compreendi a frase que você quer formular, embora imagine que você queira criar um contraexemplo. É preciso contextualizar. Por exemplo, vamos imaginar que haja em uma página uma foto de um ato de violência, encimada pelos dizeres: “Veja, abaixo, a imagem da violência”. É isso o que quer saber?
Pelo que entendi “Abaixo a violência” não é vocativo. O significado todo é “Vamos jogar abaixo a violência” Outro modo de pensar é que estamos considerando implícito os termos “com a” (“Abaixo com a violência”)… Não sei que nomes a gramática dá a esse tipo de construção, porém.
Entendo que o vocativo tem vez e hora quando direcionado diretamente à pessoa ou ao objeto, invocando-a ou chamando-a! No caso em exame, do “Fora Temer”, parece-me, salvo melhor juízo, que a expressão não se dirige diretamente à pessoa do presidente interino, mas à sociedade em geral, funcionando como propaganda de uma minoria que repudia tanto o impeachment, quanto a interinidade do Temer.
Pergunto: faria alguma diferença, no que tange à vírgula?
Grato pela atenção.
Julio, não vou entrar na questão da minoria ou maioria, pois somente as pesquisas de opinião podem aferir isso. Todo discurso público, como aquele que aparece em cartazes ou nas redes sociais, é posto de forma a ser ouvido pela sociedade como um todo. Não se pode dizer, no entanto, que seja dirido à sociedade. Na formulação “Fora,Temer”, o interino é o vocativo, portanto vem depois da vírgula. Abraços 🙂
Olá, Thaís.
Perdão por não ter sido claro, mas o que queria dizer era isso mesmo que você respondeu.
por exemplo: acima. a alegria, abaixo, a violência.(numa foto de jornal)
necessariamente teríamos a vírgula antes de violência?
muito grato.
suas colunas são fantásticas!
Thaís, bom dia!
A expressão “Fazendo com amor a gente faz melhor” está correta?
E “Fazendo com amor, a gente faz melhor” está errada?
Por favor me ajude, pois este é meu lema de campanha e a eleição está à porta.
Na minha opinião, existe a vírgula, pois a primeira oração (fazendo com amor) é uma subordinada anteposta à principal. 🙂
A Professora THAÍS presta um grande serviço aos leitores da Folha com seu inigualável saber da Língua Portuguesa. Só devemos agradecê-la por dispor ao ao nossa alcance brilhantes explicações sobre nossas dúvidas no manejo da Língua.
Que desculpa mais esfarrapada para fazer defesa da presidente! Aproveita seu conhecimento em gramática para chamar o processo de impeachment como “golpe branco”, “bem longe de responder aos anseios da população” ou que “quem diz isso são as ruas”. Fico imaginado uma professora dessa dando aulas assim para jovens estudantes. Mero pretexto para militância política.
Fora, Temer. Sem dúvidas.
Muito bom, parabéns, Taís.
E Fora Lula Fora Dilma Fora PT Fora Comunistas Bolivarianos Usurpadores e Escravagistas
A ideia é a mesma, se é o que quer saber. 🙂
Thaís, a expressão sem a vírgula (que separaria o vocativo) estaria correta se considerarmos que está implícito o verbo “quero” de “Quero o Temer fora”? Nesse caso, o “Fora Temer” seria uma expressão de efeito, fácil de ser memorizada e que se destaca mesmo em pequenos cartazes. Pode?
Creio que, com o “fora” depois, isso ficasse mais viável: Temer fora (advérbio) ou TEmer, fora (interjeição).
Thaís Nicoleti, boa tarde! Primeiramente, quero deixar registrado que tenho aprendido muito com as suas dicas. Agora, vamos a perguntar: Não compreendi muito bem a questão do “Ó” ser chamado de vocativo. Você poderia, por favor, explicar de outra forma?
Daniel, essa interjeição faz parte do vocativo.
Olá, Thaís. Gostei de seu blog. Não o conhecia (sei que você tinha uma coluna, alguma coisa do tipo, no UOL, em formato diferente, que já visitei em meio a pesquisas sobre o idioma). Bem, só quero dizer que tenho também reparado no “Fora, Temer”, assim como nos outros “foras” e nos “tchaus”. Esses exemplos e outros mais, como saudações em e-mails e mensagens de WhatsApp, e até o nome de uma ação do governo (do qual não me lembro agora), têm me dado a impressão de que a vírgula do vocativo é a mais assassinada na nossa língua. Coitada.
Oi, Paulo. A pontuação tem sofrido muito de modo geral. Creio que, em parte, o problema se deva à dificuldade de perceber a organização sintática do texto.
Nenhum dos dois; é fora Dilma…
Há fenômenos no uso cotidiano da língua que a gramática não consegue explicar e o “Fora Temer” é um deles. Querer dar uma explicação gramatical a esse fenômeno é trazer à tona, nas suas entrelinhas, um discurso preconceituoso em relação ao falar do povo. Viva a língua do povo!
Não é preconceito, não. Até porque não estamos falando sobre o modo como as pessoas falam. É uma simples questão de escrita, de convenção.
Prezada jornalista petralha, faça cartazes na Venezuela, e não esqueça ,leve o Chico Buarque e o Caetano.
Adoro Chico e Caetano, duas grandes inteligências que orgulham o nosso país. Você me dá uma ideia para um texto. Obrigada!!
Thaís rainha, pro resto, nadinha. =D
Thaís, sua análise foi superficial e chegou à conclusão errada. O certo é que a vírgula pode ou não ser empregada. Se fosse empregada, Temer seria vocativo. Ocorre que os manifestantes não estão necessariamente falando com Temer! Isso seria reconhecê-lo como digno de uma conversa, como se quisessem uma resposta dele. “Fora Temer”, sem vírgula, expressa uma vontade geral, não um pedido com endereço certo; expressa que se quer “Temer fora” da presidência. Houve apenas uma inversão na ordem, em vez de “Temer fora”, escreve-se “Fora Temer”. A vírgula só seria obrigatória se a palavra inicial fosse, por exemplo, “Saia, Temer”. Abraço!
João, eu também poderia dizer “(que) Temer saia”, uma oração optativa, que expressa um desejo. O “fora”, nesse caso, é uma interjeição, não um advérbio. Mas, sinceramente, aceito as duas formas, rsrsrsr.
“Durante a Olimpíada, mesmo proibidos, os cartazes apareceram.”
Por falar em competições esportivas, o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa registra o vocábulo paraolimpíada. Por que, então, usa-se a palavra paralimpíada?
Cedinei, acabo de publicar texto sobre isso. 🙂
Eu incorporei o “Fora” ao nome do homem que ocupa a Presidência da República, hoje. Refiro-me a ele como “Fora Temer”, sem vírgula.
Sim, é válido!
Estão matando nosso idioma.
Juarez Cruz
Salvador-BA
Thaís, não te parece que o “Fora _ Temer” admite as duas formas, dependendo do destinatário? Se é dirigido ao próprio Temer, é vocativo e, portanto, há vírgula. Entretanto, se é dirigido a terceiro (à sociedade, ao governo, aos “golpistas”), com o sentido de “Abaixo Temer”, não haveria vírgula, não achas? Desde já, obrigado pela atenção.
Alexandre, entendo, mas me parece uma questão de forma. Se dissermos Abaixo Temer, não haverá; se dissermos Fora, Temer, sim. A estrutura é de vocativo.
Thaís. Bom dia. E com relação a “Diretas Já”. Tem vírgula? (Diretas, Já).
Não, Jorge. O “já” é um advérbio posto no final; não por que usar vírgula aí. 🙂
Thaís,
Acho que “Fora Temer!”, com exclamação e sem vírgula, é aceitável, desde que a frase seja “um lema, uma (ou duas) palavra de ordem. Seria equivalente a: “Avante Brasil!”; “Pra frente Brasil!”, etc. Agora, se Temer for o interlocutor, com quem se fala, aí sim, é obrigatória a vírgula: “Fora, Temer!”, sempre com o ponto de exclamação. Que vc acha? Abraço
Carlos, a meu ver, os outros exemplos que você arrolou também precisariam de vírgula. Pelo menos, de acordo com essas regras aparentemente ultrapassadas em que me baseei. Pra frente, Brasil! “Avante, Brasil!” 🙂
Prezada Thaís, peço desculpas pela forma grosseira e estupida na minha resposta do seu comentário, que bom você deletou.Perdão, foi um momento de um agravamento de uma severa crise mental adquirida nos últimos anos. A beira dos 70, sou um ponto fora da curva, sinto que minha passagem por este mundo está próxima. Meu consolo é minha companheira onde compartilho mais de 50 anos de vida conjugal. Ela é uma mulher forte um porto seguro., lucída, uma professora de Letras bem aposentada no ensino médio, comanda nosso lar, dá suporte as nossas duas filhas e os três netos e cuida da minha saúde, pois não posso mais trabalhar como engenheiro. Dito isso, digo sou filho da classe operária, meu pai não terminou o curso primário, era pedreiro, mas herdou do meu avo italiano as varias técnicas de construção civil , nasci na rua Terra Roxa na primeira casa construída por ele no bairro Cidade Mãe do Ceu “com seus diamantes” e se lastrou por vários bairros até chegar na Agua Fria, fui para o CEPEF de Jaçanã onde peguei o Trem Azul que sai as onzes horas e segue para o Clube da Esquina, rua Ramalhete e chega nos Sertões das Vidas Secas do Quinteto Armorial e atingiu Strawberry Fields, Penny Lane e Abbey Road, ainda falta a terra da Revolução Industrial quem sabe chego a Strangeways, Salford Lads, The Eternal e as flores New Order. Minha alegria do Natal foi ver a pequena Julia uma netinha de 3 anos na neve da América do Norte com uma camiseta com a Union Jack com a inscrição The Who – Love, Reign O’ver Me,tendo como fundo uma enorme bandeira de São Paulo parte integrante do distintivo do Corinthians e eu sou palmeirense, Nada sera como antes.
Não deletei nenhum comentário. Se tiver sido realmente grosseiro, talvez tenha sido brecado no sistema de moderação. Abraços 🙂
Armando, vi agora seu comentário e vou deletar não só por ser extremamente grosseiro mas também por você ter reconhecido e pedido desculpas.
Entrei no site perguntando quanto à virgula depois de ” ó “. Apesar de ter aprendido bastante em outros apontamentos, não obtive a resposta que procurava, ó meus amigos (o´, meus amigos). Não tem problema, procurarei a resposta em outro local. Muito grato.
Acho, ainda, que nessas dicas de português, ninguém aproveitasse para fazer politicagem partidária. É certo que o PT e seus aliados levaram o país à desgraça atual? É certo. O atual
governo é ruim? Sim. É ilegítimo? Não. Não, porque o Temer foi eleito vice de Dima na chapa Dilma-Temer. Quando a Dilma estava governando, era um governo legítimo? Era. Tiramos a Dilma, assumiu seu vice, o Temer . Portanto, um governo legítimo. Alguém pode alegar: mas foi uma trama no congresso. Ah , é? E as ruas transbordando de gente pedindo a saída da
Dilma? Ninguém considera isso como o ponto mais forte? E no Congresso? Por que, então, os parlamentares do PT e dos partidos aliados não barraram o impeachment. Portanto, saiu a presidente, assumiu seu vice. É um governo ruim? É, sim. Mas é melhor do que continuar roubando, assaltando …esculhambando o Brasil. Ah! Levem o Chico Buarque, mas ainda podem deixar o Caetano, por enquanto!!!!!!
Raimundo, o “ó” faz parte do vocativo e seu uso é opcional. Não se trata de uma interjeição como as demais, que exprimem emoções. Ele apenas indica o caso vocativo, a ideia de invocação ou chamamento. Quanto ao que chamou de “politicagem” (“a política praticada para atender interesses particulares ou mesquinhos”, segundo definição do Aulete), se é que foi mesmo o que quis dizer (acho injusto), talvez não o tivesse incomodado se fosse “politicagem” pró-Temer (com hífen). Quanto às pessoas nas ruas, sim, é verdade, mas certamente houve movimento organizado para chamá-las, coisa que, infelizmente, não está ocorrendo mais, mesmo diante da avalanche de notícias de corrupção em todos os partidos políticos. Quanto ao Chico Buarque, ele é genial. Abraços 🙂